segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

29ª Oficina de Música de Curitiba

http://www.oficinademusica.org.br/

Muitos shows e muitas personalidades da música brasileira.

De manhã, estou participando da oficina de baixo elétrico com o grande Marcelo Mariano ( http://www.myspace.com/marcelomariano ) que entre outros já tocou com Djavan, Boca livre, Paula Lima, Chico Pinheiro e muitos outros.

Na parte da tarde, vou tentar participar da oficina de Trilha Sonora ministrada pelo Mario Manga no Paço da Liberdade.

No final de semana passado foram muitos shows: Zeca Baleiro, Edu Lobo, Orquestra de Viola Caipira de Ponta Grossa, e por aí vai....

Muita música! Sem muito tempo pra postar aqui!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O RITMO


Vicia, escraviza e liberta...

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Musicoterapia - Aforismo Musical

"Toda doença é um problema musical; 

toda cura é um solução musical."

Georg Philipp Friedrich von Hardenberg
Novalis (pseudônimo) 
Escritor Alemão

A frase acima foi retirada do capítulo "A melodia cinética: Doença de Parkinson e Musicoterapia" do livro"Alucinações Musicais" do pesquisador Oliver Sacks que trata sobre a relação da música e as respostas cinéticas do corpo.  

Nesse capítulo do livro o autor afirma que a música possui um poder muito especial nos pacientes com mal de parkinson, ajudando-os a controlar melhor os efeitos da doença e ter uma vida normal. 



quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O Hormônio Musical - (tradução do artigo: The Musical Hormone - Norman M. Weinberger)

O artigo é uma tradução de um artigo em inglês que trata sobre os efeitos da música sobre o cérebro e sobre a produção hormonal.



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The Musical Hormone - Norman M. Weinberger

disponível em http://www.musica.uci.edu/mrn/V4I2F97.html


acessado em 04/01/2010


Tradução Guilherme Araujo


O Hormônio Musical

Copyright © 1997 M. Norman Weinberger 
e da Reitoria da Universidade da Califórnia. 
Todos os direitos reservados.


      A música tem efeitos psicológicos bem esclarecidos, incluindo a indução e modificação de estados cognitivos, humores e emoções. Se não fosse assim, marchas seriam tranquilamente tocadas tanto na hora de dormir quanto nos intervalos de jogos de Futebol (americano), dirges (algo como marcha fúnebre) agraciariam casamentos. Canções de ninar seriam ouvidas em paradas e canto gregoriano bombardearia nossos ouvidos nos supermercados.


      Muitos pensam que o psicológico é uma coisa e o fisiológico é outra. Há a mente e há o corpo. Essa comum associação “dualista” é bem forte na nossa “zona de conforto” psicológica. Sempre é bom quando o senso comum concorda com a realidade cientifica. Quando isso acontece, nós sentimos que temos uma boa noção das coisas e que a questão está resolvida. Claro que, essa posição dualista esbarra na questão de como a musica afeta nossa vida mental particular. E onde é que vive a nossa vida mental particular mesmo? Mas o dualismo mente corpo tem sido a crença dominante na história mundial. Podem tantas pessoas ao longo de tanto tempo estarem erradas? Certamente.


      Sim, a mente ainda é um mistério. Mas provou-se impossível jogar fora o cérebro e ainda manter a mente. Por mente eu me refiro a nossas experiências mentais do dia a dia, não à alma ou à suposições desse tipo. Não digo que que a ciência fornece o único tipo de conhecimento ou compreensão possível. Apenas que o que nós consideramos ser o nosso normal, o run-of-the-mill (experiências comuns), as experiências mentais diárias, necessariamente são um produto de nossas funções cerebrais. A prova, bastante impressionante, não pode ser aqui analisada. Porém (vejamos) alguns exemplos. Quando nosso nível de consciência muda de acordado para dormindo, a atividade elétrica do nosso cérebro muda também. Se alguém induz no cérebro um estado de sono pormeio de medicamentos ou outros meios, o comportamento se altera junto. Na verdade, a maioria dos medicamentos que alteram nossas experiencias, percepções, estados de espirito, dores em geral, etc. o fazem por suas ações fisiológicas e químicas no cérebro, incluindo nicotina e álcool.(Outros, como anestésicos, podem bloquear receptores de dor no corpo, impedindo o cérebro de receber mensagens são interpretadas como dor.) Morte não é definida pela medicina como a parada dos batimentos cardíacos ou da respiração mas sim pela falta de atividade elétrica no cérebro, literalmente “ morte cerebral”. Finalmente, mas mais especulativo, se você trocasse de cérebro com outra pessoa (ficção científica!), onde sua mente estaria... no seu cérebro ou em outro lugar?


      Então há a mente e há o corpo, incluindo o importante órgão corporal que é o cérebro. Para começar a compreender o poder da música no nosso cérebro, e portanto na nossa mente, é preciso considerar alguma fisiologia básica.


      O cérebro envia e recebe mensagens do restante do corpo incessantemente, todo minuto segundo e fração de segundo. Na parte da recepção de coisas, o cérebro recebe informação dos nossos sentidos – visão, audição, tato, olfato, paladar, etc. Podemos estar constantemente conscientes dessas informações. Mas há uma outra grande fonte de entrada para nossos cérebros, e portanto, em última análise, para nossa vida mental... nossos hormônios. Estes são secretados por nosso sistema endócrino e incluindo os hormônios sexuais, como testosterona e estrógeno, e um grupo normalmente chamado de hormônios de “stress”, como ACTH (Hormônio adrenocorticotrófico), adrenalina e cortisol.


      Um resumo do caminho que os hormônios do estresse fazem para serem liberados na corrente sanguínea é que o cérebro, sentindo estresse, finalmente libera ACTH da glândula pituitária na base do cérebro, por sua vez controlada por mensagens neurais e hormonais da sua ligação ao cérebro, o hipotálamo sobrejacente. Quando o ACTH atinge as glândulas supra renais, eles liberam adrenalina e cortisol na corrente sanguínea. Estes têm muitos efeitos sobre os órgãos alvo, incluindo a liberação da reserva armazenada de glicose, aumentando o fluxo sanguíneo para os músculos e aumentando a pressão arterial, tudo como parte de uma mobilização constelar do corpo para uma possível ação, defesa ou o que seja. Um efeito dos hormônios de estresse é diminuir a ação do sistema imunológico, por isso estresse continuo indesejado pode reduzir a habilidade de combater doenças. Embora este efeito contra intuitivo dos hormônios de estresse não seja totalmente compreendido, ele não deve ser ignorado.


      Embora simplista, esse resumo fornece uma base para compreender como a música afeta o corpo. E de grande interesse, como o corpo, em seguida, afeta o cérebro. Como mencionado acima, o cérebro também recebe os efeitos dos hormônios que comandou as glândulas (por exemplo, a adrenalina) para liberar. Portanto, não há "feedback". Em outras palavras, nossos cérebros e nossas glândulas estão em um contínuo “pas de deux”(numa dança à dois). Agora um fato fascinante é que o maior efeito da liberação de adrenalina (também chamada epinefrina ) é a afetar o cérebro, especialmente um grupo de células do cérebro com formato de amêndoa denominada amígdala. A amígdala pode ser compreendida como o principal centro de comando emocional. Quando a amígdala é particularmente ativada, acredita-se que é quando as emoções são vivenciadas. Há um outro efeito importante - quando uma experiência faz com que a adrenalina seja liberada e, finalmente, ative a amígdala (na verdade, através da mediação de um outro hormônio chamado noradrenalina), as memórias da experiência inicial são reforçadas. Ou seja, o corpo diz ao cérebro quanta adrenalina foi liberada, o que por sua vez, modifica a força que o cérebro armazena a memória do evento, que começou a coisa toda. Em suma, quando vivenciamos algo muito importante, ou até mesmo traumático, muita adrenalina é liberada, o que "instrui", e a amígdala para ajudar a outras partes do cérebro a armazenar memórias mais fortes. (1) Assim, como nós viemos com a pergunta da música e hormônios, devemos perceber que hormônios são secretados no corpo e afetam os processos corporais, tais como os sistemas cardiovascular, muscular e imunológico, também afetam o cérebro.


      Existem diversos estudos, principalmente nos últimos cinco anos ou mais, que abordaram a questão de que a música por si mesma muda a liberação de nossos hormônios de estresse. A maior parte deles se concentraram em medir os níveis de cortisol antes e após várias exposições à música.


      Podemos começar com a tentativa de reduzir os níveis de cortisol, ou mais especificamente para prevenir o aumento na liberação desse hormônio de estresse, em conjunto com diagnósticos invasivos e procedimentos cirúrgicos. Gastroscopia é uma dessas técnicas de diagnóstico, envolve a inserção de uma sonda por via oral no estômago do paciente num estado acordado e consciente. Esta é uma situação altamente estressante e, portanto, qualquer abordagem que possa reduzir o estresse pode ser útil. Dr. Escher e colegas de trabalho permitiram que um grupo de pacientes que iriam se submeter à gastroscopia selecionasse e ouvisse o tipo de música que preferissem, escolhidos em consulta com um musicoterapeuta. Um grupo de controle não ouviu música. O grupo de controle mostrou um grande aumento do nível de cortisol, e também ACTH, no sangue. Em contrapartida, o grupo musical demonstrou uma significante diminuição na liberação desses hormônios. (2) Em uma abordagem semelhante, neste caso para cirurgia, Miluk-Kolasa et al. mediram os níveis de cortisol em pacientes que receberam a informação de que eles teriam que se submeter a uma cirurgia no dia seguinte. (3) Um grupo recebeu uma hora de música imediatamente após a recepção desta notícia desagradável, enquanto outro grupo de pacientes cirúrgicos não receberam tratamento; um terceiro grupo não cirúrgico de pacientes serviu como controle adicional. Estes pesquisadores descobriram que a informação sobre a cirurgia iminente gerou um aumento de 50% do cortisol em 15 minutos em ambos os grupos cirúrgicos. Os pacientes cirúrgicos que não receberam a música apresentaram um maior nível de cortisol uma hora depois que o grupo com música, que tinha voltado para uma linha de base semelhante à do grupo não cirúrgico de controle . Assim, a música reduziu a duração da resposta do cortisol ao estresse. Ambos os estudos indicam que os níveis de hormônio do estresse pode ser reduzido pela exposição à música em um ambiente de tratamento médico.


      E indivíduos saudáveis que não estão em um estado medicamente comprometido? Möckel e vários colegas da Universidade Livre de Berlim realizaram este estudo. Eles examinaram os efeitos de três tipos de música medindo vários fatores fisiológicos. Utilizaram uma valsa de Johann Strauss, porque tinha um ritmo regular. Para contrastar com essa, utilizaram uma composição de um compositor mais contemporâneo WH Henze ; os autores observam que seu ritmo era marcado de maneira irregular. A terceira música foi de Ravi Shankar, selecionado por sua natureza meditativa, sem fortes características rítmicas. Os níveis de noradrenalina e de cortisol também foram reduzidas em um tipo de música, a peça de Shankar (4). Naturalmente, os tipos de música eram diferentes em muitos aspectos, além de ritmo, então o aspecto musical específico que foi responsável é desconhecido. Mesmo assim o controle hormonal através da música, parece claro.


      Embora estes resultados todos parecem concordar que a música diminui os níveis de hormônios do estresse, este não é um achado universal. Por exemplo, Brownley et al investigaram como a música afeta cortisol em corredores treinados e destreinados sob três condições:. "Sedativo", "rápido" e sem música (5) Na sequência de exercícios intensivos, os autores observaram aumento dos níveis de cortisol para (o grupo que ouviu) a música rápida, comparado com (o grupo que ouviu) a música sedativa e (o grupo) não musical apenas nos corredores não treinados. Assim, a música pode inclusive aumentar os hormônios do estresse. Com efeito, nos casos em que a reação geral ao estresse de mobilização do corpo pode ser desejável, a música pode ser uma boa maneira de promover este resultado. Tal é o caso quando a atividade extenuante é necessária. Os corredores treinados já podem ter condicionado seu corpo para otimizar os níveis de estado hormonal, daí a ausência do efeito da música rápida.


      Outros estudos também mostram que a música pode aumentar, bem como diminuir os hormônios do estresse. E isso não tem que acontecer sob condições de intensa atividade ou exercício atlético. Em uma pesquisa alunos de graduação de música e de biologia foram expostos às duas seleções de “Holst's The Planets” - Vênus e Júpiter. O primeiro foi classificado como calmo e este último como bastante agitado (lively). A taxa Hormonal foi alterada pela música, mas o efeito não era tanto devido ao tipo de música (relaxante contra energizante) quanto para o campo de estudo das disciplinas. Os estudantes de biologia apresentaram uma diminuição no cortisol, à semelhança do que se poderia esperar de outros estudos sobre os efeitos da música. Em contraste, os estudantes de música tiveram aumentos significativos no cortisol. Mais tarde, em entrevista, os estudantes de música indicaram que eles estavam engajados ativamente na análise mental da música, alguns até mesmo "tocando" seus instrumentos mentalmente. (6) Os mesmos autores obtiveram resultados semelhantes em um estudo de acompanhamento em que a música desagradável e até mesmo trágica foi tocada para os dois grupos (7).


      Em conjunto, estes resultados indicam que não há relação simples entre música e os hormônios do estresse. Não é só uma questão do tipo de música tocada, mas também as atividades cognitivas e outras atividades mentais que o indivíduo traz para a situação. Esta parece ser uma consideração fundamental na compreensão da interação entre a música, os hormônios e o cérebro. Além disso, as consequências a longo prazo da experiência musical precisam ser lembadas. Conforme já mencionado, aumento da liberação de hormônios do estresse pode fortalecer memórias para eventos que ocorreram naquele momento, ou pouco antes. Assim, nos casos em que se quer aumentar a memória, a música que produz um nível hormonal transitoriamente maior pode ser utilizado, o "outro lado" da sedação musical. Além disso, ao contrário da receita de um antibiótico ou de um remédio terapêutico similar , uma "receita para a música" tem de ser formulada com a devida atenção e conhecimento do estado cognitivo, do nível de conhecimento e a provável resposta mental do indivíduo ao receber o tratamento musical.


      Os indivíduos saudáveis já auto selecionam a música mas, muitas vezes, sem uma compreensão de como ou por que certas músicas os afetam de maneira particular. Se uma seleção produz alguns sinais de excitação do sistema nervoso autônomo, como aumento na respiração e na frequência cardíaca, o indivíduo pode se "auto-medicar", com um aumento de níveis de cortisol, adrenalina e outros hormônios de estresse. Se feito continuamente, níveis elevados crônicos desses hormônios podem ser alcançados. Se isto tem implicações graves para a saúde precisa ser determinado. Embora alguém possa não querer considerar que estão aplicando uma "overdose" de cortisol, seria prudente pensar seriamente a respeito.


-- N. M. Weinberger

(1) McGaugh, JL and Cahill, L. Interaction of neuromodulatory systems in modulating memory storage. Behav. Brain Res. 1997 Feb, 83(1-2):31-8.


(2) Escher, J., Hohmann, U., Anthenien, L., Dayer, E., Bosshard, C. and Gaillard, R.C. (1993). [Music during gastroscopy} {German]. Schweiz. Med. Wochenschrift, 123, 1354-1358.


(3) Miluk-Kolasa, B., Obminski, S., Stupnicki, R. and Golec, L. (1994). Effects of music treatment on salivary cortisol in patients exposed to pre-surgical stress. Exper. and Clin. Endocrinol., 102, 118-120.


(4) Möckel, M., Röcker, L., Störk, T., Vollert, J., Danne, O., Eichstädt, H., Müller, R. and Hochrein, H. (1994). Immediate physiological responses of healthy volunteers to different types of music: cardiovascular, hormonal and mental changes. Eur. J. Appl. Physiol., 68, 451-459.


(5) Brownley K.A., McMurray ,R.G., and Hackney, A.C. (1995). Effects of music on physiological and affective responses to graded treadmill exercise in trained and untrained runners. International J. Psychophysiology, 19(3):193-201


(6) VanderArk, S.D. and Ely, D. (1992). Biochemical and galvanic skin responses to music stimuli by college students in biology and music. Percept. Motor Skills 74, 1079-1090.


(7) VanderArk, S.D. and Ely, D. (1993). Cortisol, biochemical, and galvanic skin responses to music stimuli of different preference values by college students in biology and music. Percept. Motor Skills 77, 227-234.


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Originalmente publicado no site: http://www.musica.uci.edu/mrn/V4I2F97.html

Autor: Norman M. Weinberger

Traduzido do inglês por GUILHERME LEONARDO ARAUJO

Tradução disponível no site: http://ponderas.blogspot.com/

PNL, Música, Comunicação.