quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Preconceito? É fácil falar é fácil se....


Não é porque você não sente os efeitos de algo que isso não exista.
É fácil falar: "a sociedade não é racista", sendo branco.
É fácil falar :"a sociedade não é homofóbica", sendo heterosexual.
É fácil falar: "a sociedade não é machista", sendo homem.

Abaixo o texto escrito por minha companheira, Kamylla Paola dos Santos.


Tem gente que ainda insiste em criticar o dia da consciência negra, o sistema de cotas raciais nas universidades e concursos, as reflexões feitas sobre a importância da população negra para o Brasil. Isso me fez lembrar a história de vida do meu pai, que lutou a vida inteira pra tentar ser branco e no último mês de vida percebeu que era negro e que isso era bom. Só quem SENTE NA PELE é que sabe...meu pai demorou UMA VIDA INTEIRA pra construir sua autoestima. Negro, tornou-se professor universitário, estudou muito e não era menos capaz que outra pessoa. Ele aproveitou a oportunidade que teve, após sair de um trabalho escravo no interior de SP como cortador de cana. Apenas no último MÊS de vida, após uma conversa que tivemos, ele parou, pensou e disse: "Puxa, sempre quis negar essa negritude. Ela sempre me fez sofrer e ser menos que muita gente". Quando ele entrou na última faculdade em que deu aula, os professores e alunos o chamavam de "professor crioulo". Ele lutou muito, mas muito mesmo contra o racismo institucional e dos alunos e tornou-se o coordenador do curso. Foi quando ele pensou: Puxa, MESMO SENDO NEGRO consegui chegar aqui. E isso só aconteceu depois de muita conversa, de muita leitura e reflexão. É bem difícil mesmo quando você não sente, não passa por isso. E ainda tem gente que acha que o silenciamento sobre o racismo é a melhor saída. Meu pai me disse que só conseguiu se aceitar e se sentir feliz quando percebeu que o negro podia estar na faculdade, podia dar aula, que não era inferior a ninguém. E isso aconteceu graças aos vários pensadores e pensadoras negras, às políticas afirmativas e aos dias da consciência negra, que o fizeram refletir e se sentir GENTE. Não é fácil ter orgulho de sua identidade sabendo que sua avó foi estuprada por um senhore de engenho, sabe. Quando não conseguimos saber quem era e como viviam nossos antepassados, simplesmente porque eram mercadoria de algum fazendeiro desse Brasil. Chega a doer quando vemos comentários que falam que existe igualdade. Gostaria muito que existisse, luto para que isso aconteça. Luto diariamente na universidade, na rua, na arte, na vida. Luto pela igualdade, pela melhoria do sistema escolar, pela reflexão.

sábado, 9 de novembro de 2013

Zumbi dos Palmares - Polêmica


Muitas pessoas têm argumentando contra o feriado de Zumbi dos Palmares utilizando uma informação que consta no livro "Guia politicamente incorreto da história do Brasil" de que Zumbi teria tido escravos no Quilombo dos Palmares.

Tenho contra-argumentado dizendo que o próprio autor do livro considera que deveria ser feriado e que Zumbi deveria ser um herói nacional.

No período em questão era comum ter escravos. É preciso ponderar que não apenas Zumbi teve escravos. Tiradentes, o grande herói nacional, cujo nome está na principal praça de Curitiba, tinha, pelo menos, 5 escravos. Lembrando que o dia 21 de abril é feriado em memória a Tiradentes.

Para entender melhor a questão, leia o artigo abaixo, escrito pelo autor do livro.

Quem disse que sou contra Zumbi?

Publicado em 21/11/2010 por Leandro Narloch
Veio o 20 de novembro, dia da Consciência Negra, e muita gente me citou pra falar que Zumbi não merecia um feriado. Uma notinha no Zero Hora defendeu que talvez “a homenagem seja tremendamente injusta pois, segundo Leandro Narloch, Zumbi (ou, talvez, Zambi), era um tremendo mau-caráter, que capturava escravos nas fazendas vizinhas para trabalhos forçados no quilombo (…)”.

Preciso dizer: eu apoio a ideia do Dia da Consciência Negra e não tenho nada contra Zumbi. Digo no livro – e essa é uma das afirmações mais famosas do Guia – que Zumbi tinha escravos. A afirmação geralmente causa faniquitos na turma no Movimento Negro, mas é preciso entender o seguinte: não diminui Zumbi lembrar que ele provavelmente foi um rei negro com servos e escravos. No século 17, época em que viveu, não era um crime nem um pecado ter gente. Zumbi praticava um ato aceito pela lei, pela religião, por séculos de uma tradição tão antiga quanto o Remador de Ben-Hur. Não devemos condená-lo com os valores de hoje – nem ele nem os outros senhores escravistas, brancos ou negros, da mesma época.

A escravidão influenciou tanto o Brasil que merece, sim, um feriado à sua memória – e Zumbi é um personagem essencial dessa história. Para atestar a importância do homem, basta lembrar os modos e delicadezas com que o rei português escreveu a ele, em 1685:

Eu El-Rei faço saber a vós Capitão Zumbi dos Palmares que hei por bem perdoar-vos de todos os excessos que haveis praticado (…), e que assim o faço por entender que vossa rebeldia teve razão nas maldades praticadas por alguns maus senhores em desobediência às minhas reais ordens. Convido-vos a assistir em qualquer estância que vos convier, com vossa mulher e vossos filhos, e todos os vossos capitães, livres de qualquer cativeiro ou sujeição, como meus leais e fiéis súditos, sob minha real proteção.

Minha critica não é contra Zumbi, mas contra o que se fez com a imagem dele. O mito ganhou, de alguns historiadores combatentes de décadas atrás, o retrato de um herói socialista, igualitário, camarada – carimbos que não existiam no século 16. Também acho que a estratégia atual da maior parte do movimento negro (de exigir reparações históricas e discriminações positivas) divide o pais e causa um ressentimento (estúpido) contra os negros. Isso faz mal a Zumbi. Ele fica limitado a ser um herói apenas do movimento negro – quando é um ícone de toda a história do Brasil.

http://guiapoliticamenteincorreto.wordpress.com/2010/11/21/quem-disse-que-sou-contra-zumbi/

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Ponderando o racismo...

Escrevi esse texto para postar no Facebook, como achei que ele resume diversas coisas que venho "ponderando" achei apropriado reativar o blog com minhas atuais "ponderações".

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Essa é pra quem diz que o racismo acabou. Pelo que tenho percebido, as pessoas dizem que não existe mais racismo, em geral, porque elas não se vêem como racistas e, as vezes, realmente não são. Mas não ser racista não significa que o racismo do Brasil e do mundo acabou.

No Brasil foram mais de 350 anos de escravidão dos povos africanos. O racismo contra negros ainda leva algumas gerações para acabar de vez e por isso políticas afirmativas, como cotas para negros nas universidades e o feriado do dia 20 de novembro, são necessárias.

Antes de formular uma opinião sobre tudo isso é preciso se informar. Apesar de haver uma lei FEDERAL que torna OBRIGATÓRIO o ensino da história da população afro brasileira em TODAS as escolas do Brasil, sejam elas públicas ou particulares, a maioria das escolas e dos profissionais de educação não estão ensinando nada disso.

A lei 10.639/03 não está sendo cumprida em parte por falta de preparo, e em parte por falta de interesse. Vida longa àqueles que lutam diariamente para que a história da população negra deixe de ser negligenciada. O mesmo vale para a população indígena que também passa por semelhante problema, guardadas as devidas particularidades.


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Recomendo a leitura do texto a seguir, publicado originalmente no blog destilariadabola.wordpress.com 

segunda-feira, 15 de julho de 2013

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segunda-feira, 11 de março de 2013

Mobilização contra o Pastor Marcos Feliciano na comissão de Direitos Humanos da Câmera

Em Curitiba, 09/03/2013, na mobilização contra o Deputado Pastor Feliciano na Comissão de Direitos Humanos da Câmara.

Para quem não sabe o Deputado/Pastor é contrário aos homossexuais, considerando-os como pessoas doentes. Também é contrário aos negros, considerando-os "amaldiçoados por Deus".

Ok, só que este Deputado foi eleito para presidir uma comissão cujo um dos principais objetivos é defender os direitos das minorias, ou seja, homossexuais, negros, indígenas. 

Como ele fará isso sendo ele mesmo contrário a estas populações?

Um argumento sempre utilizado contra os homossexuais é o de que estes não sabem criar filhos, que sofreram abusos na sua criação. Pois lá na Santos Andrade estava um senhor, pai de seis filhos, dois homossexuais, que estava lá pra defender seus filhos ante a criminalização da sua opção sexual. Também estava lá um casal de dois homens Gays que adotaram um filho. O menino também estava lá e gritava: DEIXEM MINHA FAMÍLIA EM PAZ!!! 

Será que a sociedade não avançou em nada neste sentido? Está na hora de rever os conceitos... Passou da hora...



Confira este vídeo feito durante a manifestação de Sábado:


Confira fotos da manifestação de sábado: