Radio Gaga

Conseguir chocar e causar polêmica na sociedade atual não é uma coisa muito fácil. A cantora Gaga, que criou um belo e muito comercial nome utilizando a memorável música Radio Gaga da banda Queen, consegue essa façanha em pleno século XXI.

Uma amiga me apresentou um vídeo em que ela pula seminua em uma platéia fervescente durante um show punk.

Até aí tudo bem. Quebrar paradigmas e causar polêmica é bacana quando aliado a um discurso artístico e com uma intenção bacana.

Porém não recomendo, dentro de meu bom-senso e, especialmente, do meu estudo em Neurolinguística, a escuta das músicas da Gaga.
Na minha opinião ela poderia causar o rebuliço que quisesse mesmo aparecendo nua, pulando sobre uma platéia nua e até mesmo com seu extravagante e bizarro visual.

Por outro lado, sou um grande fã de Fredy Mercury.

Fredy foi homosexual, usava roupas performáticas, chocava com seu visual, despertava ira da sociedade conservadora, etc. Por essas razões, talvez muita gente não entenda muito bem a diferença entre esses dois artístas.

Além de Fredy ter muito mais talento e não ser um artista fabricado por um produtor, a diferença vital para mim é o discurso das letras.

Separei dois trechos apenas para comparação:

Primeiro um trecho do hit parade da cantora Gaga Bad Romance (ou romance malígno)

You know that I want you            -  Você sabe que eu quero você
('Cause I'm a freak *itch baby!)  - (Pois sou uma *uta louca baby!)
And you know that I need you     -  E você sabe que eu preciso de você               
I want a bad, bad roamnce           -  Eu quero um maligno, romance maligno

Agora, um trecho da música Play the game, que poderia ser um conselho de Fredy para a Gaga:

Don't play hard to get                  -   Não jogue sujo para conseguir
It's a free world                              -   É um mundo livre
All you have to do is fall in love -   Tudo que você tem que fazer é se apaixonar
Play the game                                 -   Jogue o jogo,
everybody play the game of love -   todos jogam o jogo do amor


Essa e outras músicas do Queen falam sobre amor.
Fredy era apaixonado pela vida. Eu gosto muito das letras de suas músicas, com mensagens positivas e reflexivas sobre a existência. Sim, ele era gay mais que assumido. A questão não é essa. Longe de ser um cara perfeito ou bonzinho, Fredy explorava e questionava as imposições da vida sem deixar de ver - inclusive ressaltando - o lado bom da vida. Também tinha um lado rebelde: questionou e se libertou das imposições da época, influenciando as gerações seguintes que estão começando a aceitar melhor o homosexualismo.

Por trás de toda maquiagem e parafernalhas visuais e auditivas da Gaga, o que sobra é praticamente um conteúdo nulo, ou pior, negativo.

Para mim, pode-se dizer que a diferença entre Gaga e Fredy é vetorial. Fredy fala sobre amor, as formas de alcança-lo e sobre as disfunções que acontecem. De certa forma, Gaga fala sobre o amor também, porém sobre o lado mais sujo e pervertido do amor e, o pior, apenas para chamar atenção e ganhar dinheiro influenciando a massa a agir da mesma maneira.

A Gaga poderia ser uma artista que muito me agradaria, pelo seu lado questionador, mas por hora está no "lado negro da força".